




Local
de tortura
Confira
o episódio

1ª Auditoria da 3ª Circunscrição Judiciária Militar
Hoje 1ª Auditoria da 3ª Região Militar.
Situada na Rua General Portinho, nº 426. Bairro Centro.
O local era usado para a condenação de presos e o arquivamento de denúncias de tortura, em que os civis eram submetidos à jurisdição militar.
1º Batalhão de Polícia Militar
Localizado na Rua 17 de Junho nº 387, bairro Menino Deus.
1ª Companhia de Guardas
Endereçado na Rua Vieira de Castro nº 222, bairro Farroupilha.
O quartel recebia vítimas de violência do Estado desde o ano de 1961. Atuou nas atividades de sequestro, ocultação de vítima e tortura por espancamento.
1ª Delegacia de Polícia
Localizada na Rua Riachuelo nº 613, bairro Centro.
3º Regimento de Cavalaria de Guarda e
6º Batalhão de Engenharia
Localizado na Av. Dr. Salvador França nº 201, bairro Jardim Botânico.
O local, na época, abrigou Edelson Palmeira de Castro, preso em 11 de outubro de 1966. Confinado por 200 dias no lugar, o Militante da Frente Armada Revolucionária Popular (FARP), mais tarde ligada ao Movimento Revolucionário 26 de Março (MR-26), coluna guerrilheira do Rio Grande do Sul, era irmão de Milton Soares de Castro, gaúcho de Santa Maria e militante que teve os restos mortais encontrados 35 anos após a Ditadura. O caso ficou famoso através do livro “Cova 312” da jornalista Daniela Arbex.
8ª Delegacia de Polícia
Localizada na Av. Protásio Alves nº 2914, bairro Rio Branco.
9ª Batalhão de Polícia Militar
Quartel da Brigada Militar na Av. Praia de Belas nº 800, bairro Cidade Baixa.
"Sequestro, ocultação de vítima, tortura, dobradiça do DOPS, depósito e prisão temporária foram as atividades deste quartel da Brigada Militar usado em desvio de função desde o começo da década de 1960." ELLWANGER, R. RIBAS, V. de L. Lugares de Repressão Política em Porto Alegre (Rio Grande do Sul - Brasil), página12.
Local relacionado à prisão e tortura de Darcy José dos Santos Mariante, ocorridas entre janeiro a fevereiro de 1965.
Academia de Polícia Militar
Localizada na Av. Coronel Aparício Borges nº 2001, bairro Partenon.
Cais Vila Assunção
8ª Placa Projeto Marcas da Memória
Vila Assunção é um bairro nobre da zona sul criado pela Lei Municipal nº 2022 de 7 de dezembro de 1959. O Cais era o local onde eram atracados os barcos que conduziram mais de uma centena de presos políticos à Ilha Presídio.
Era comum e rotineiro usarem o atracadouro da Vila Assunção para o transporte dos presos, tanto para a partida ou chegada deles.
Pilotados pela Polícia Civil, com segurança da Brigada Militar e sob a inteligência do Exército Brasileiro, os presos políticos iam e voltavam para interrogatórios e sessões de tortura no DOPS, até a data de 31 de dezembro de 1972.
Cais do Porto
Localizado na Av. Mauá nº 1050, bairro Centro.
Local de partida e de chegada a capital de Porto Alegre. O Cais seria o endereço de chegada e partida dos presos políticos que seriam encaminhados para a Ilha do Presídio (ou Ilha das Pedras Brancas), seu local de destino final.
O barco da Polícia que transportava os presos era chamado de “Jardineira” pelos presos políticos.
O cais também era utilizado para levar e trazer os familiares nos dias de visita.
Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre (CPOR)
Endereçado na Rua Corrêa Lima, nº 140, bairro Menino Deus.
No ano de 1966, o CPOR/PA recebeu a Ordem do Mérito Militar em reconhecimento pelos serviços prestados, honraria de destaque para uma organização militar, que, à época, contava somente com cinquenta anos de existência.
Dopinha
Localizado na Rua Santo Antônio nº 600, bairro Bom Fim.
4ª Placa Projeto Marcas da Memória
O casarão foi alugado pelos militares no ano de 1964, quando tornou-se o maior centro clandestino de tortura do Cone Sul. Um dos torturados e mortos no local foi o sargento Manoel Raimundo Soares, que, depois de morto, teve seu corpo atirado no Rio Jacuí. Apesar do laudo emitido na época ter constatado o caso como “suicídio” (ato corriqueiro da época militar), o fato de seu corpo ter sido jogado no rio com as mãos amarradas, fez com que o episódio ficasse conhecido como o “Caso das Mãos Amarradas.”
Manoel, um dos líderes do “Movimento Legalista”, queria restituir o cargo ao presidente João Goulart, deposto pelos militares. Acusado de subversão, Raimundo fugiu do Rio de Janeiro, passando a viver na clandestinidade. Em março de 1966, foi preso pela Polícia do Exército em frente ao Auditório Araújo Viana, em Porto Alegre, e levado para o DOPS, onde foi torturado por cerca de uma semana. Posteriormente, foi transferido para a Ilha Presídio, no Rio Guaíba. No dia 13 de agosto, foi novamente levado para o DOPS, onde continuou sendo torturado. A data de sua morte é desconhecida.
Seu corpo foi encontrado no dia 24 de agosto de 1966 com mãos e pés atados, boiando nas águas do rio Jacuí. Foi um dos primeiros casos de tortura e morte por parte dos órgãos de repressão sobre o qual se teve notícia na época. Manoel Raimundo morreu sem entregar nenhum nome.
Fundação de Atendimento Socioeducativo do
Rio Grande do Sul (FASE)
Situado na Av. Padre Cacique nº 1372, bairro Menino Deus.
5ª Placa Projeto Marcas da Memória
O local abrigou mais de 300 presos políticos durante o período da ditadura. O antigo Serviço Social de Menores (Sesme) foi transformado em prisão para pessoas perseguidas pela ditadura militar de 1964. Os presos políticos eram transferidos depois de interrogatórios no Dops (Departamento de Ordem Política e Social) do Palácio da Polícia ou trazidos do Interior.
Este foi um dos primeiros lugares que a ditadura usou para presos políticos, entre eles, deputados estaduais com mandatos e até mesmo Sereno Chaise (na época, PTB, depois PDT e hoje PT).
Hospital Geral do Exército
Localizado na Av. Mariland nº 450, bairro Auxiliadora.
Usado para apoio das atividades da repressão, entre os anos 1970 e 1972, através de assistência de saúde aos presos políticos torturados. A assistência de saúde tinha como objetivo recuperar vítimas para a continuidade da tortura, assim como aconteceu no Hospital de Pronto Socorro (HPS).

















Dependência do Exército
Localizado na rua Luiz Afonso nº 55, bairro Cidade Baixa.
É onde funcionava o DOI-CODI (Operações de Defesa Interna). Foi um dos últimos locais a ser criado na capital no final da década de 1970, depois da desativação do Dopinha. Os fundos da Clínica Militar (localizada na João Pessoa), dá acesso à essa Dependência do Exército. Esse espaço servia especialmente para espionagem. Não se tem notícias de que alguém esteve preso neste local.




Penitenciária Feminina Madre Pelletier
Localizada na Av. Teresópolis nº 2727, bairro Teresópolis.
9ª placa do projeto Marcas da Memória
Penitenciária para mulheres Estruturada pela Lei nº 5.745, de 28 de dezembro de 1968, é responsável por planejar e executar a política penitenciária do Estado, vindo substituir os extintos Departamentos dos Institutos Penais.
Na época da ditadura, as presas eram encaminhadas para o presídio depois de um período de tortura, que poderia durar meses, no Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Chegavam fragilizadas, física e emocionalmente, no Madre Pelletier.
Atualmente aprisiona cerca de 1939 mulheres.
“Era uma noite de final de maio de 1970. Eu não lembro o horário exato, porque quando estamos face à tortura, o tempo parece não ter fim”, recorda a ex-presa política Ignez Maria Ramminge. Conhecida como Martinha, a ex presa política fazia parte do grupo Vanguarda Armada Revolucionária Palmares, o mesmo em que militou a presidenta Dilma Rousseff.
Além de Ignes, Helena Hudof e Jane Argolo são algumas das ex-presas na Penintenciária Madre Pelletier daquela época.



Polícia Federal -
Superintendência Regional do Rio Grande do Sul
Endereçada na Av. Paraná nº 991, bairro Navegantes.
“Somente em 1964, com a mudança operada no pensamento político da Nação, prosperou a ideia da manutenção do Departamento Federal de Segurança Pública com capacidade de atuação em todo o território nacional, o que veio a se tornar realidade com a sanção da Lei nº 4.483, de 16 de novembro de 1964, reorganizando o então DFSP, com efetivo cunho federal.” Fonte: http://www.pf.gov.br/institucional/historico
Lei no 4.483, de 16 de novembro de 1964: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4483.htm

Praça Raul Pilla
Localizada na Rua Duque de Caxias, nº 46, bairro Centro.
1ª Placa Projeto Marcas da Memória
Na atual praça funcionava o Quartel da Polícia do Exército. Era o local onde o então tenente Carlos Lamarca trabalhava e ajudou na fuga de presos perseguidos pelo regime.
Lairton Ripoll foi um dos presos políticos levado ao quartel em agosto de 1965, sofrendo tortura e humilhações até dezembro do mesmo ano, para ser solto apenas 300 dias depois.
Dizeres da placa: “Aqui se localizava o quartel da 6ª Cia de Polícia do Exército que, nos anos de chumbo, foi local de prisões ilegais e torturas. A cela denominada Boi Preto era símbolo do terror implantado. Pelo portão principal, em dezembro de 1964, o então tenente Carlos Lamarca, oficial-de-dia, deu fuga ao capitão Alfredo Ribeiro Daut, um dos oficiais que aderiu ao Movimento dos Sargentos da FAB, que impediu o bombardeio do Palácio Piratini durante a campanha da Legalidade de 1961”.



Presídio Central de Porto Alegre
Localizada na Av. Rócio nº 1100, bairro Vila João Pessoa.
7ª Placa Projeto Marcas da Memória
A casa prisional foi espaço para prisões arbitrárias e torturas de cerca de 90 presos políticos.
Pelo presídio passaram nomes como Carlos Araújo, Índio Vargas e João Carlos Bona Garcia. Muitos deles foram transferidos da Ilha do Presídio. Entre os mortos, em 1970, está o motorista de táxi e militante do Grupo M3G, Angelo Cardoso da Silva, dado como suicida, embora estivesse pendurado por um lençol no pescoço na altura de apenas 1,30m.
O M3G foi um grupo de guerrilha urbana que atuou nos anos de 1969 e 1970 em Porto Alegre. Sua sigla, M3G significava: "Marx, Mao, Marighella e Guevara". O grupo foi fundado por Edmur Péricles de Camargo, anteriormente ligado a Carlos Marighella.



Tecnopuc
Localizado na Avenida Bento Gonçalves, em frente ao número 4.592, bairro Partenon.
6ª Placa Projeto Marcas da Memória
Nesse local existiu o quartel do 18º Regimento de Infantaria (18 RI) e a conhecida "cela do boi preto": paredes negras, ambiente escuro, sem janelas, o que levava os prisioneiros a perder a noção do tempo, sem saber quando era dia ou noite.
O endereço manteve como prisioneiros, entre outros, os combatentes da Guerrilha de Três Passos, militares e civis submetidos a torturas com torniquetes, feitos com fio de náilon, nos dedos e na garganta. A Guerrilha de Três Passos também era conhecida como Movimento 26 de Março, o primeiro a reagir ao golpe de 1964. Sob o comando do coronel do Exército Jefferson Cardim de Alencar Osório, 23 homens ligados aos ideais defendidos pelo ex-governador Leonel Brizola (na época, PTB), tomaram o quartel da Brigada Militar e uma rádio de Três Passos, em 26 de março de 1965.
O edifício não existe mais. Depois de uma negociação com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o Exército cedeu o terreno à universidade, que o demoliu e construiu o TecnoPuc.

Comando da 3ª Região Militar
Localizado na Rua dos Andradas nº 562, bairro Centro Histórico.