Daniel Anthony Mitrione é conhecido como o professor de tortura do “Programa de Segurança Pública” da Agência Internacional para o Desenvolvimento (AID). Ele foi contratado, nos anos 60, pela polícia brasileira para ensinar práticas de violência aos governos de Minas Gerais e do Rio de Janeiro, para torturar presos políticos com choques elétricos.

 

Em visita a Porto Alegre, ele esteve no Departamento de Ordem Política e Social, quando foi tirada esta foto (Mitrione é o senhor de jaleco branco à direita). Apesar de não ter trabalhado na capital gaúcha, seus ensinamentos sobre o uso da tortura como ciência foram amplamente difundidos no Estado.

 

Usando como base os manuais Kubark, os chamados “Manuais de Tortura”
da CIA e das forças militares americanas, Mitrione orientava que as pessoas fossem aprisionadas bem cedo, na parte da madrugada, para serem pegas desprevenidas e o choque pudesse ser usado para submissão do indivíduo.
O prisioneiro deveria ser imediatamente vendado e despido.

 

Também instruiu que as pessoas fossem isoladas, sem poder dormir e comer e, caso acontecesse, fossem drasticamente perturbadas. Os manuais ainda determinam que as salas de interrogatório não tivessem janelas, fossem à prova de som, escuras e sem banheiros.